Eram 22h30. Esperava-se uma sala completamente esgotada, o que justificava as dezenas de pessoas à porta, ainda à procura de um último bilhete. Já dentro do Musicbox, os primeiros beats fora de tempo apareciam com Exotique, o DJ Lisboeta que tem feito as delícias dos fãs do LA Beat, com uma selecção musical minuciosamente preparada. Ao mesmo tempo, eram cada vez mais as pessoas que se acumulavam à entrada do Musicbox, à espera da primeira grande actuação, os Fantasma. Batiam as 23h30 quando três rapazes, de luzes na cabeça, entraram no palco e durante uma hora fizeram desfilar temas da electrónica ao hip hop. Foi um live act de qualidade, 100% português e que ainda teve direito à primeira surpresa da noite: Sir Scratch, que criou o primeiro ponto alto da noite.

O tempo passava e o Musicbox começava a encher até não caber mais ninguém. Hora de apresentação da Punch Magazine e da MEZ Clothing, tempo para palavras sobre a Punch Magazine e a MEZ Clothing. Mas poucas, porque vinha aí o grande momento da noite, Nosaj Thing.

Jason Chung até nem entrou da melhor forma,  já que um dos cabos de munição não estava a funcionar. O problema resolveu-se rápido e o norte-americano voltou ao palco, num misto de palmas e esperança para que já tudo estivesse bem.

E estava. Numa viagem pelas influências do idm, hip hop, glitch e beats propositadamente dispersos, o norte-americano saciou uma sala completamente a abarrotar, suada, satisfeita. Durante o live-act, Nosaj Thing passou temas do novo álbum (“I’m planning to call it Home” – confidenciou-nos Jason), mostrou-nos as fantásticas “Fog” ou “Coath of Arms”, mas por ali também caíram versões de The XX ou The Weeknd, que provocaram reacções em massa de quem conseguiu bilhete. Findo o seu live set, começa-se a ver algum público a sair e entramos no backstage para falar com o Nosaj Thing. “Jason, do you want to play one more?”. Resposta: “Sure! I can do a 20 minute DJ set, if you let me.”. E lá fez, totalmente inesperado, totalmente por vontade de Nosaj Thing, fomos brindados por mais uns minutos, agora em versão DJ set, de puro hip hop old school que levou os presentes ao rubro.

O Musicbox continuava cheio, viam-se pessoas a sair, mais pessoas ainda a entrar, ninguém queria arredar pé. Estava assim tudo preparado para aquele que é para nós um dos melhores DJ’s e produtores de Portugal: DJ Ride. E DJ Ride deu-nos o que queríamos. Uma hora de actuação sem falhas, de nível astronómico, de uma qualidade mundial e aqui, tão perto, numa sala de espectáculos pequena, mas tão perfeita para actuações deste tipo. Musicbox cheio, Musicbox com gente a dançar sem dar conta que as horas passavam, numa quinta-feira, ali naquele mítico espaço do Cais do Sodré.

Eram 4h e tal quando entra um dos DJ’s com mais qualidade e destaque da noite de Lisboa, nestes dias que correm. Switchst(d)ance. Mais beats, mais wonky e glitch na noite da Punch. Para acabar, e em grande, DJ Granada, que passou uma hora de set já com mais influências e passeios entre o electro, dubstep e drum, naquela que foi, nas palavras do Bracarense “a sua homenagem ao DJ Medhi”.

No final e no backstage não faltaram as palavras de apoio tanto do Jason Chung como de DJ Ride. Foi bom ver como dois artistas de países tão diferentes e sem trocarem impressões, acabaram por fazer a mesma comparação. Tanto o Ride como o Nosaj lembraram-se do famoso Low End Theory, em Los Angeles, onde na passada semana, imagine-se, estiveram James Blake e Flying Lotus ao mesmo tempo nos decks.

A Punch Magazine agradece aos incansáveis Lisbon Image Shooters, que estiveram à frente do VJing a festa toda. E claro, não esquecemos também a preciosa colaboração nos visuals e no teaser da excelentíssima turma da Lunchbox Creations.

Foi assim o lançamento oficial da Punch Magazine e da Mez Clothing, onde tudo correu exactamente como esperado. Encheu-se de pessoas, música e sinergias incríveis. Para relembrar, recordar e claro, repetir.

Miguel Leite/João Pacheco
Fotografias: Dumitru Tira e David Dinis para a Punch Magazine

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