Os Norton já não uns novatos na cena musical Portuguesa. Para quem não sabe, este é o 3º LP da banda e na verdade, parece ser este aquele que os finalmente vai pôr nas bocas da nossa população. São formados por Rodolfo Matos (bateria, sintetizadores e programações), Pedro Afonso (voz, guitarras e programações), Leonel Soares (baixo e programações) e Manuel Simões (guitarras e vozes).

Este é um álbum que nos conquista imediatamente, aviso desde já. Nisso, os Albicastrenses estiveram bem, pois presenteiam-nos logo com “Two Points”, o primeiro single do álbum que é absolutamente viciante – dançável, catchy e no geral divertida. Numa das conversas que tive com o Rodolfo, baterista da banda, confessou-nos que os Phoenix eram uma inspiração e na verdade, esta música era bem capaz de me ser apresentada como um single dos Franceses. Só não me enganavam porque a voz do Pedro é bem diferente! Continuamos neste passeio, onde temos alguns momentos mais pop como em “Daydreams” e “Glowing Suite”, mas sem deixar de ter a onda gira e solarenga, característica presente em todas as 9 faixas, aliás. Pelo meio fica a fantástica “Coastline”, que se cola ao ouvido que nem lapa à primeira audição – “write and say, write and say, write and say”. A sério, não dá mesmo para fugir a esta música, e ainda bem! Entretanto, “Satellites” divide o CD a meio, numa progressão instrumental algo monótona, que na minha opinião poderia estar perfeitamente como intro ou outro, mas opções artísticas não se discutem! Seguem-se dois momentos mais emocionais, numa sentida e pujante “Japan”, seguida de um pop melancólico em “Summer for Tomorrow”. Chegamos então a outro dos pontos altos do disco, em “Into The Lights”, onde o início me faz lembrar os matemáticos Foals, mas acabam por encarrilar por um caminho bem diferente, num crescendo adequado aos movimentos de anca numa qualquer pista de dança. Por fim, fecham com “Layers”, música que dá de resto nome a este LP  e que põe a cereja no topo destas camadas e camadas de amor.

“Layers of Love United” é um belo exemplo do indie-pop-rock que se faz cá em Portugal e faz-me crer que este é o tipo de registo onde eles deviam apostar mais. Têm jeito, fazem-no bem e ao nível de muitos outros lá fora. Não quero com isto dizer que estamos perante o melhor CD de sempre, mas que este é delicioso, isso é. Fazendo a analogia a um bolo, este é feito com dança q.b, 200 gramas da mais agradável electrónica e várias camadas de carinho. O chato é só ter 9 fatias!

Norton – Layers of Love United (7,2/10)

Fiquem então com o single, “Two Points”

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João Pacheco

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