No início do mês de Novembro, a banda liderada pela ruiva Florence Welch brindou-nos com o muito esperado segundo álbum, Ceremonials, que em apenas 2 semanas já vendeu mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo.

Em Julho de 2009, acordámos para uma nova força da natureza. Não se tratou de mais um furacão, dilúvio ou terramoto, mas sim a publicação do álbum de estreia da banda indie-pop Florence + the Machine: Lungs. Álbum este que, após 2 anos de digressão intensiva, deixou o mundo rendido a uma sonoridade pop barroca com contornos góticos e a uma vocalista irrequieta armada com uma poderosa voz de musa.

Lançado há cerca de duas semanas pela Universal, o novo registo dos britânicos é um álbum mais coeso e maduro que explora uma sonoridade ainda épica, negra e altamente percussiva, com arranjos do produtor Paul Epworth, que já trabalhou com artistas como Adele, Friendly Fires ou The Rapture.

Os temas que foram vazando na web antes da publicação do álbum, “What the Water Gave Me”, “Only for a Night” ou o single inaugural “Shake It Out“, já faziam antever um álbum grandioso, inundado de poesia vitoriana. A voz de Flo continua tão imponente e inebriante como sempre, saltitando entre momentos de bravura guerreira à mais frágil das almas a pisar a Terra.

Por maior que seja o meu esforço não consigo apontar as canções favoritas. Como numa história, cada tema vive como um capítulo fundamental para que tudo faça sentido. “Never Let Me Go“, “No Light, No Light“, “Heartlines” ou “Spectrum” são baladas macabras como feitiços negros, histriónicas, intensas e apaixonadas, que explodem em orquestrações pujantes de tambores tribais, violinos românticos, harpas encantatórias, pandeiretas endiabradas, pianos de infusão disco, órgãos espectrais e cânticos de igreja. Uma mistura de emoções, ora negras ora luminosas, defendidas com garra por uma voz que perfura a pele como uma flecha.

A versão deluxe, altamente recomendável, acrescenta 8 temas e um vídeo, compostos por demos, arrepiantes versões acústicas e faixas inéditas que introduzem uma suave textura electrónica (“Remain Nameless” e “What the Water Gave Me”).

Resta esperar para ouvir o álbum ao vivo desta banda de culto que, julgando pelos passados concertos na Aula Magna e Optimus Alive, será certamente uma experiência inesquecível.

Florence + the Machine – Ceremonials (9,5/10)


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Pedro Lima

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