A celebração da cultura underground, que é o Lisboa Dance Festival (LDF), está quase a invadir o Hub Criativo do Beato, em Lisboa! “My Dance Floor” é a nova rubrica que te vai dar a conhecer alguns dos artistas nacionais que vão passar pelo festival, assim como as suas opiniões relativamente a este e também à cultura underground de Portugal. Para a sétima edição temos o alter-ego de Guilherme Tomé Ribeiro, GPU Panic! Um verdadeiro explorador musical que com um computador defeituoso e um erro criou um universo repleto de texturas electrónicas, com um ambiente nostálgico e algo enigmático. Certamente um dos concertos a não perder…


A tua ligação com o Lisboa Dance Festival já não é nova, visto que o ano passado partilhaste o palco juntamente com dois ananases e um excelente leque de convidados durante o Moullinex Open House! Como é que descreves a tua experiência com o festival e o que podemos esperar da edição deste ano.
É verdade! No ano passado fiz parte da Open House do Moullinex. Foi uma experiência muito boa. GPU Panic tinha começado a tocar ao vivo 6 meses antes e chegar a um festival como o Lisboa Dance Festival numa curadoria de Moullinex foi sem dúvida um momento alto do ano. Este ano vai ser um bocado diferente. Já não vou estar inserido numa curadoria mas anunciado em nome próprio, entre muitos nomes incríveis da música nacional e internacional. Vou ter a oportunidade de apresentar ao vivo o Ep “Sand Haze” lançado no final de 2017 e de tocar na estreia do festival no novo espaço. Todas estas novidades fazem-me estar ainda mais ansioso para que chegue o dia.

A importância do festival na cidade de Lisboa e no contexto da divulgação da nova música portuguesa e internacional
Acho que é um espaço privilegiado para a divulgação da nova música portuguesa e internacional e por várias razões. O facto de ser um festival que acontece antes da época de festivais de verão ajuda a aumentar o foco do público no cartaz e na experiência do festival. Com isto, acho que há uma maior abertura de quem vai ao festival para conhecer música nova e para viver estes dois dias com menos pressa. Ao mesmo tempo é um festival de música electrónica inserido num ambiente industrial localizado naquele que será sem dúvida um dos próximos polos criativos e culturais da cidade.

A opinião sobre o estado actual das editoras e da música electrónica (no geral) em Portugal
A música electrónica portuguesa vive, como também noutros géneros, um momento de produção em muita quantidade e também qualidade. Tens mais pessoas hoje em dia a associarem-se para lançarem a música do seu meio, do seu grupo de amigos e das pessoas que gravitam à volta delas. É um movimento que tem dado origem a mais labels, a mais música e a programação mais variada. Tens visto cada vez mais artistas a conseguirem a exportar a sua música e a conseguirem ao mesmo tempo serem reconhecidos em Portugal. Acho que também há uma maior exigência do público e também um crescimento em número o que tem andado a par com o aparecimento de mais festivais com mais espaço para a música electrónica, dando assim espaço para este tipo de espectáculos também se diversificarem, o que me parece bom.

O melhor momento/concerto que já assististe nas edições passadas?
Só estive presente na última edição e só no dia em que toquei e destaco o set poderoso do Marcel Dettmann, o live da Jessy Lanza e a versão live do “Homework” dos Daft Punk pelo Moullinex.

Os três concertos que mais queres ver nesta edição?
Nosaj Thing – Estou muito curioso para ver o que é que o espectáculo dele ao vivo. Nunca tive a oportunidade de ver. Além disso gostei muito do caminho deste último álbum.

Romare – Quero ver como funciona o modo “full live band”. Tenho andado pelo youtube à procura de vídeos deste formato do Romare e estou muito curioso para ver como funciona ao vivo.

Leon Vynehall – Sou fã das suas produções e sei que ele é um grande digger por isso estou muito curioso para ver que discos vai trazer para o LDF

5 músicas (de artistas ou bandas que fazem parte do cartaz) que melhor descrevem a cultura undergound do Lisboa Dance Festival.
Não sei se são as que melhor descrevem a cultura underground do LDF mas são sem dúvida músicas que gostava de ouvir no ambiente industrial do Hub Criativo do Beato

Punch Redação