Em Lisboa e num mais recentes espaços da cidade, Jasmim apresentou o seu novo álbum “Acordado ou a Sonhar”. A sala, o Novo Negócio pertence ao ZDB e nos últimos meses tem acolhido alguns concertos de maior dimensão, algo que o espaço no Bairro Alto não consegue albergar. Na zona de Marvila e muito próximo do Beer District encontrámos um antigo armazém com um grande pé direito e adaptado às novas regras. É possível beber uma cerveja antes do concerto e há lugares sentados para todos assistirem aos eventos.

Este concerto marcou o regresso de Jasmim aos palcos depois de quase um ano e meio. Devido à pandemia, o músico lisboeta só agora é que teve oportunidade de apresentar o seu mais recente trabalho. Como o próprio admitiu, houve algum nervosismo, quase como se fosse uma primeira vez nestas lides.

Para esta ocasião especial Jasmim veio acompanhado pela sua fantástica banda, April Marmara, Miguel Vilhena e Humberto Dias. Os quatro souberam dar corpo às músicas apresentadas e proporcionaram um momento magnífico. A cortina branca fazia contraste com todo o set em palco e alguns dos outfits dos músicos. Quando um muito seguro de si e do seu papel ali.

O concerto abriu com “TUDO/NADA”, um dos temas de “Acordado ou Sonhar”. Jasmim com a sua guitarra acústica e Humberto Dias sentado ao seu lado nas teclas. Tocou-nos logo ali com a sua simplicidade e a sua verdade. De seguida Jasmim assume as teclas, Humberto vai para a bateria e as guitarras tomam posição. “Aqui Não Falta Nada” era o tema que seguia e talvez uma das canções chave deste novo álbum.

Ao longo do concerto foram revistados os outros trabalhos. Para quem não conhecia Jasmim, foi uma bela surpresa. O concerto intimista, conseguiu surpreender por ter momentos mais eléctricos, proporcionados pelas guitarras e por pedais com efeitos extraordinários. Conseguimos ali absorver a essência do artista, mas com detalhes que mostraram outras facetas da sua música.

Quem esteve presente testemunhou um concerto preparado ao detalhe, com sentimentos fortes e uma vontade proporcionar algo único. Ainda houve tempo para um encore, uma música nova, apenas com a guitarra acústica e ainda sem nome. Acabou de mesmo forma como começou. Jasmim a dar-nos tudo e cheio de emoção.

Texto: Rodrigo Toledo

Fotografia: Beatriz Sampedro