Duas bandas, dois grupos de amigos e um verão mais optimista. Numa altura que seria intensa de festivais, viagens e outras romarias. É sempre bom ver um alinhamento com dois nomes na Casa do Capitão num fim de tarde luminoso. Os Grand Sun e os Them Flying Monkeys lançaram álbuns em 2020, mas não tiveram muitas oportunidades para se mostrar como deve ser desde então. Promover esta sinergia foi bom para perceber que a música independente ainda está viva e com vontade de tocar.

Os primeiros a subir a palco foram os Them Flying Monkeys. O vocalista, Luís Judícibus, assumiu sem problemas todo o protagonismo com um belo bigode e uma voz muito afinada. O conjunto de Sintra foi talvez dos grupos que perdeu mais neste ano e meio. Lançaram um álbum com muito potencial, “Under the Weather”, mesmo antes da pandemia arrebentar e iam abrir para os Temples num concerto em março de 2020. Agora regressam com a mesma atitude pré-covid. O alinhamento centrou-se muito neste último lançamento. Sem falhas, cumpriram o objectivo, voltar a tocar.

De seguida vieram os Grand Sun. Mais barulhentos, com mais energia e muito bem humorados. Por vezes também há razões para se estar feliz. O grupo mostrou isso em palco. O homem das teclas e das vozes, António Reis, mostrou uma energia contagiante, revelou o seu lado de storyteller, falou do álbum de estreia, “Sal y Amore”, e ainda contou umas piadas. O verdadeiro rei da festa. Além disso, a banda ainda apresentou uma música nova e fizeram um cover da música dos The Bangles, “Walk Like an Egyptian”.

Tudo isto acabou em grande, com os Them Flying Monkeys a invadirem o palco de forma espontânea para cantaram e tocarem a última canção do alinhamento com os seus amigos. Se as regras fossem outras haveria moche e muito suor. Nesta tarde celebrou-se também a amizade. Há razões para estarmos mais optimistas e vale a pena brindar a isso.

Texto e Fotografias: Rodrigo Toledo